Sem precisão
Escuto,
porque nada sei.
Silencio,
sou ninguém.
Não adianta calar
a boca
quando o silêncio dos lábios
protege
o caos da mente.
Palavras
não têm precisão.
Na entrega,
a alma sopra
aroma de Amor
e convida para dançar,
o corpo —
sólido e frágil
abrigo
onde (re)pousa o Amado.
Aquela morte,
não temo.
É o Amor
que não pode partir.
No toque suave e quente
de seu nome,
sinto o sopro
e danço.
Palavras
não têm precisão.
Deito o corpo
no solo
para aprender o caminho.
Permito a seu mapa
invadir-me.
Ainda que não faça sentido,
o Amor cresce,
em todos os sentidos.
Sem precisão,
ele, sim,
é absoluto e indispensável,
ar que respiro
por ti,
Eternocoração.
Em ti,
sou prece,
sou meditação.
(Imbituba, 27 de outubro, 2021)