Registro III
Sem fronteiras《registros aleatórios de uma jornada não planejada》
Jun 17, 2022
Nunca antes levei um tiro. Até a imagem de um quebra-cabeça desmontado e as peças em movimento à procura de se encaixarem me acertar em cheio, romper a carne, acomodar-se nas entranhas e fazer correr a vida em vermelhos sentimentos de uma compreensão tão dolorosa quanto a ponta de uma bala.
A dor é a cura. Mas também há que curar a dor. Para esta, a Verdade, divina energia de criação. E quando a luz do Amor se acende, as peças se encaixam, nasce-se quem é — sou Um, sou homem, sou mulher. Sentada em silêncio. Escuto minha respiração: a vida é presente, no vazio, no repouso, entre ir e vir.