Orquidário
▪︎um poema aleatório, mas nem tanto▪︎
Além, muito além daquela serra…
– José de Alencar
Na Pedra Branca subi.
Em silêncio
gritei:
meu amor!
Há que ter linguagem
capaz de tocar
a Presença.
Sentir não acontece
nas palavras.
Ouço você
no silêncio –
da natureza,
do sopro Divino,
do mar –
na melodia em mim.
Prefiro o Amor
vivido
ao conceitual.
Ser dispensa limites.
Minha alma cresce
quando encontra a sua,
nesse espaço que habitamos além.
Minha existência dá risadas
quando encontra a sua,
naquela margem para onde
somente não corpos navegam.
Como epífitas mutuamente a se nutrir,
podemos habitar um orquidário,
além, muito além da matéria,
e repousar.
Gate, gate
paragate…
Imbituba, julho de 2022.